terça-feira, 12 de setembro de 2017

Cientista Pat Brown de 63 anos quer produzir carne a partir de plantas e já captou mais de US$ 270M com investidores

Imagine uma cena em que estivesse Bill Gates (co-fundador da Microsoft), Larry Page e Sergey Brin (co-fundadores do Google) em uma lanchonete comendo hambúrguer. Quem representaria a inovação mais disruptiva deste momento? Se perguntasse para eles, haveria a possibilidade de apontarem o hambúrguer já que investiram quase US$ 100 milhões em uma startup que até agora só produz isso. O próprio Google tentou comprar esta fabricante do hambúrguer por um valor entre US$ 200 e 300 milhões, mas o empreendedor declinou. Só o interesse destes bilionários visionários, além de outros como o bilionário chinês Li Ka-shing e do indiano Vinod Khosla, que também investiram na startup Impossible Foods, já seria algo para chamar a atenção de quem lida com empreendedorismo e inovação ao redor do mundo, mesmo que isto pareça que seja apenas um hambúrguer.
Entretanto, estamos vivendo uma era em que há tantas inovações disruptivas que quase ninguém conhece Pat Brown, o fundador da Impossible Foods. Ele é considerado um dos principais cientistas dos Estados Unidos, foi professor de bioquímica na Universidade de Stanford durante 25 anos e neste período inventou o Chip de DNA, que foi vital nas principais descobertas genéticas nos últimos anos. Esta trajetória já tinha trazido fama, reconhecimento e dinheiro. Mas em 2009, aos 55 anos, percebeu que talvez até estivesse feliz e realizado, mas não mais motivado. Decidiu parar todas as suas atividades durante 18 meses durante um período sabático para refletir sobre o que gostaria de fazer no resto da sua vida.
Nas suas pesquisas e reflexões, ficou alarmado com o fato de que um terço de todo o terreno agriculturável na Terra estava sendo utilizado para a criação ou produção de ração para a pecuária. E para piorar, a pecuária tinha muitos impactos negativos ambientais como na utilização de recursos naturais, desmatamentos e aumento do Efeito Estufa. Imaginou que se a pecuária ocupasse um espaço menor, os produtores poderiam se dedicar a outros alimentos, barateando a alimentação e reduzindo drasticamente os resultados criticáveis da produção e consumo de carne.
Ainda com a cabeça de pesquisador, explica, quando retornou do período sabático, organizou um simpósio convidando as principais referências no assunto para discutir o problema, mas entendeu quão utópico era a sua nova motivação e ingênua era sua abordagem. Todos já conheciam o “problema”, conduziam pesquisas sobre o assunto, escreviam papers e até participavam de movimentos que tratavam do problema. Mas ninguém, com a exceção de grupos ecologistas mais ativistas, estavam, de fato, trabalhando para reduzir os danos deixados pela indústria da carne.
Incomodado em não se tornar mais um que estuda, avisa, mas não toma nenhuma atitude prática para eliminar o problema ou reduzir seus efeitos, em 2011, Pat Brown reuniu uma equipe de pesquisadores para produzir carne. Mas com um detalhe, esta carne seria obtida a partir de plantas que, cientificamente comprovada, deveria ter um menor impacto do que a produção de carne e deveria ser não apenas exatamente igual em todos os seus aspectos para o consumidor final, porém melhor. A startup que fundou, a Impossible Foods em Redwood City, no Vale do Silício, começou pelo hambúrguer: “Nossa missão não é produzir um hambúrguer decente. É fazer o melhor hambúrguer que o mundo jamais viu.” – explica Brown.
Quem olha e consome o hambúrguer fica impressionado pelo sabor e mais deslumbrado ainda quando sabe que aquilo ali não veio de um boi e é muito mais saudável. A equipe de pesquisadores da Impossible Foods conseguiu uma combinação de ingredientes vegetais e uma fórmula que atinge todas as mesmas características do hambúrguer, inclusive a gordura e o sangue, que todos sabem (mas não se lembram) que estão presentes, inclusive mesmo depois de ser grelhado.
Com esta motivação, apesar de ser vegetariano assim como a sua inovação, Brown visa atender qualquer pessoa que goste, mesmo que pareça paradoxal, de uma boa carne.
Mesmo já tendo captado mais de US$ 270 milhões dos principais investidores dos Estados Unidos e China (os dois maiores consumidores de carne do mundo) e mirando um mercado que movimenta cerca de US$ 1 trilhão anualmente, o jovem empreendedor Pat Brown, agora com 63 anos, está mais motivado do que nunca esteve ao tentar oferecer uma alimentação mais saudável e sustentável.
Marcelo Nakagawa é Professor de Inovação e Empreendedorismo do Insper
Fonte: http://blogs.pme.estadao.com.br/blog-do-empreendedor/impossible-foods-por-que-ate-bill-gates-esta-investindo-em-hamburguer/

Cresce exportação de cachaça brasileira

As vendas subiram 4,62% em valor, em 2016, com relação a 2015. A receita gerada foi de US$ 13,94 mi

A cachaça é a bebida destilada mais consumida no Brasil. A caipirinha, por sua vez, o drinque brasileiro mais conhecido no mundo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac), as exportações de destilado cresceram 4,62% em valor e 7,87% em volume, em 2016, com relação a 2015. No ano passado, o Brasil exportou 8,38 milhões de litros para cerca de 54 países, gerando receita de US$ 13,94 milhões. 
Na região geoeconômica do Distrito Federal, a Cachaça DoMinistro, do produtor de Brasília Carlos Átila Alvares da Silva, é exemplo de sucesso. Enquanto realiza ações para aumentar as vendas do produto no Brasil, o diplomata e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) planeja expandir para atingir o mercado externo. A Cachaça DoMinistro é produzida em uma fazenda com o mesmo nome, localizada nas imediações de Alexânia, município que fica às margens da BR-060, rodovia que liga Brasília a Goiânia. O alambique tem capacidade para produzir 1 mil litros de cachaça por dia. Atualmente, a produção diária é de 230 litros, com teor alcoólico de 40%. No local, são feitos oito tipos de cachaça: Extra Premium 5 Anos Amburana, Extra Premium 5 Anos, Extra Premium 3 Anos, Premium, Ouro, Prata e Amburana, além da tradicional  branca, a única que não é armazenada ou envelhecida em tonéis de madeira.

Os principais desafios do setor são o aumento das exportações, a consolidação do produto no mercado internacional e o reconhecimento no mercado externo da cachaça como um destilado genuinamente brasileiro, de acordo com o Ibrac. “O anúncio da entrada da cachaça no Simples Nacional em 2018 reduzirá a carga tributária, o que deverá impactar os custos das empresas e, com isso, possibilitará a realização de investimentos, principalmente, em qualidade, por parte dos produtores”, analisou o diretor-executivo do Ibrac, Carlos Lima.

As exportações de Cachaça estão bem abaixo do potencial de mercado. Cerca de 1% do volume produzido é exportado, segundo o Ibrac. É um dado importante, principalmente quando se compara as exportações da tequila, o destilado nacional do México, com as exportações do produto brasileiro. No ano passado, o México exportou cerca de 200 milhões de litros da bebida para mais de 120 países, aproximadamente 70% de volume produzido. Já o Brasil exportou pouco mais de 8 milhões de litros de cachaça para 54 países.
De acordo com o Ibrac, enquanto a cachaça é protegida apenas nos Estados Unidos, Colômbia e México, a tequila já é protegida em 46 países, além da União Europeia. O reconhecimento pelos Estados Unidos de que a cachaça é um produto genuíno do Brasil só ocorreu em 2013, acabando, assim, naquele país, com um tratamento generalizado em relação ao destilado nacional. Até então, a cachaça era rotulada como Brazilian Rum.

A cachaça foi regulamentada pela Indicação Geográfica como produto genuinamente brasileiro em 2016. Pelas normas aprovadas, a bebida precisa ter a graduação de álcool entre 38% e 48%, e somente a aguardente de cana produzida no Brasil pode ser chamada de cachaça.


O destilado ganhou até uma data especial, 13 de setembro, o Dia Nacional da Cachaça.
A data escolhida pelo Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac) lembra o dia em que a coroa portuguesa liberou a produção e comercialização da cachaça no Brasil, em 1861, após a Revolta da Cachaça, rebelião dos produtores locais. O projeto de lei para que a data seja oficializada ainda tramita na Câmara dos Deputados. Mesmo assim, produtores e representantes da cadeia produtiva da cachaça já comemoram a data, inclusive com estratégias de promoção para expandir suas marcas.
O produto também já tem até museus pelo país: em Tracunhaém, Pernambuco, que abriga cerca de 12,4 mil rótulos; em Salinas, Minas Gerais, com 2,2 mil garrafas de 60 marcas produzidas; e em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também em Minas Gerais, que tem um acervo com mais de 1,5 mil garrafas de diversos produtores e muitas históricas.

Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2017/09/04/internas_economia,897514/cresce-exportacao-de-cachaca-brasileira.shtml