Mesmo que não entendam de uva e vinificação, os novatos do setor não dispensam qualidade. Para isso, precisam de quem entende. A ampliação da procura criou campo para um profissional relativamente novo: o enólogo freelancer. Em vez de se dedicar a uma única vinícola, ele pula de cantina em cantina prestando consultoria em áreas que vão da elaboração da bebida a estratégias de venda. Mas esse trabalho exige experiência, alerta Anderson Schmitz.
– O cliente não vai lhe contratar só pelo que você sabe, mas por aquilo que já fez – defende o sócio da Enovitis, assessoria do ramo sediada
Quem atua nesse sistema está sujeito a viajar Brasil afora para descobrir a vocação das novas áreas de plantio de uva. Por aqui, enólogos de cantinas familiares fazem o mesmo, com a vantagem de terem a seu dispor vinhas mais antigas, que expressam melhor o potencial de seu terroir (conjunto de condições como clima, solo e altitude que definem as características de um vinho).
Essa experiência está sendo usada para definir especialidades. O Vale dos Vinhedos, por exemplo, já detentor da Indicação de Procedência (IP), deve ver em setembro o sonho da Denominação de Origem (DO) ser realizado. As designações funcionam como atestados de qualidade de seus produtos. E inclusive essa busca da Serra serve de inspiração para quem está começando.
– As novas regiões estão mostrando especificidades, há movimentos de produção direcionada, como a Campanha com os tintos. A Serra aposta nos brancos e espumantes. Há uma análise mais forte do conjunto do terroir. Isso é bom para a cadeia produtiva como um todo – conclui Julio Fante, do Instituto Brasileiro do Vinho.
Fonte: http://www.clicrbs.com.br