segunda-feira, 7 de junho de 2010

Editoras nacionais criam distribuidora de e-books para o varejo


Seguindo o modelo de uma iniciativa criada na Espanha pelos três maiores grupos editoriais do país, seis editoras brasileiras decidiram unir esforços para a venda de e-books. Está surgindo, por isso, a Distribuidora de Livros Digitais (DLD), que deve terminar o ano com até 1.000 títulos disponíveis para livrarias como Saraiva, Cultura e a virtual Gato Sabido. "O nosso foco é o varejista, que, acreditamos, é quem deve abordar o leitor, pois conhece melhor seus padrões de interesse e sabe como satisfazê-los", diz o diretor do Grupo Record, Sérgio Machado. Ao lado da Record, entram na empreitada a Rocco, a Sextante, a Intrínseca, a Planeta e a Objetiva – as duas últimas conhecem bem a experiência espanhola, da qual fazem parte, respectivamente, sua matriz e sua sócia, a Santillana.
A expectativa dos brasileiros é de que, até o final de 2011, a DLD tenha um faturamento de cerca de 12 milhões de reais e que haja milhões de e-books em circulação pelo país - previsão que, lembra Sérgio Machado, depende do crescimento na venda de e-readers, os leitores de livros virtuais. Apesar dessa aposta na expansão do mercado digital, o executivo acredita que o livro físico não morrerá. "Eu vejo o e-book como uma coisa complementar ao print book, como o teatro e o cinema." O futuro do livro de papel, a relação entre autor e editor no mercado digital e a pirataria virtual estão entre os temas da entrevista de Sérgio Machado a VEJA.com.
Como surgiu a ideia de criar a DLD?
O modelo foi a distribuidora espanhola Libranda, que inclui a Planeta, a Santillana (sócia da Objetiva no Brasil) e a Random House Mondadori. Esses, que são os três maiores grupos editoriais da Espanha - representam cerca de 80% do mercado do país - resolveram se unir para explorar o mercado digital. A gente decidiu adotar a mesma fórmula porque a experiência europeia parece mais adequada ao caso brasileiro do que a americana. Nos Estados Unidos, a Amazon tentou controlar tudo, impondo preços e formatos - um e-book vendido pelo site, por exemplo, serviria para o Kindle, e-reader lançado pela própria Amazon, mas não para o iPad, da Apple. As livrarias, sobretudo as nacionais, estavam muito preocupadas com a ameaça da Amazon. Uma das nossas prioridades é evitar que haja canibalização a nível de preço no Brasil, por meio de concorrência desleal. Queremos, isso sim, que haja uma economia de negócio.
Com que títulos a Record vai estrear na DLD?
De início, cada editora-sócia da DLD está colocando dez livros na plataforma. A nossa ideia é termos de
500 a 1.000 livros até o final do ano. A Record começa com títulos nacionais: Perdas e Ganhos, da Lya Luft, A Casa das Sete Mulheres, da Letícia Wierzchowski, São Bernardo, do Graciliano Ramos, Limite sem Trauma, da Tania Zagury, Meu Nome Não É Johnny, do jornalista Guilherme Fiúza, e algum do (Carlos) Drummond (de Andrade). Uma variedade de gostos e autores.
Que cuidados a DLD vai tomar contra a pirataria?
Todo o conteúdo da distribuidora terá proteção contra a pirataria, por meio do DRM (Digital Right Manager), um software que permite ao consumidor fazer um número determinado de cópias de um livro, cinco ou seis.
Como os autores encaram a possibilidade de ter suas obras digitalizadas?
Estamos renegociando com os autores que já estavam no catálogo da Record. Há todo tipo de reação possível. Alguns acham ótimo o livro digital, outros preferem esperar, outros não querem fazer. Alguns proprietários dos direitos dos livros podem no início não querer fazer adendos aos contratos, permitindo a conversão do livro de papel em livro digital. Mas isso é uma questão de quando, não de se. Isso vai acontecer. Os contratos dos novos livros já incluem a questão do livro digital.
Financeiramente, não é mais interessante para o autor?
No caso do e-book, o escritor recebe uma porcentagem maior sobre a venda – no caso do livro físico, o percentual gira em torno de 10% do preço de capa. Mas, como o livro é mais barato que o de papel, acaba dando no mesmo.
Se o e-book veio para ficar, ele é uma ameaça ao livro de papel?
Eu vejo o e-book como uma coisa complementar ao print book. Não vai substituí-lo. Nós vamos continuar precisando do livro físico na vitrine das lojas, para fazer pilha, para atrair o consumidor. Por isso, inclusive, não deixaremos de ter custos de gráfica e de logística de distribuição.
Mas, se parte da tiragem será digital, o volume de livros físicos vai diminuir, e o preço, aumentar. Isso não pode tornar o livro um luxo para colecionadores, como é hoje o disco de vinil?
O livro em papel deve ter tiragem menor e se tornar mais caro, é fato. Mas não sei se vai chegar a ser como o vinil. Eu, pessoalmente, acho que no caso do livro não vamos ver o mesmo fenômeno que se passou com a música. A analogia que me ocorre mais parecida é de teatro com cinema. Uma coisa não substitui a outra. São formas diferentes, e complementares, de expressão artística.
Fonte:http://veja.abril.com.br 

Proteger ou liberar patentes: especialistas discutem melhor caminho para a inovação

Patentes polêmicas de fármacos e produtos químicos contrapuseram a ideia difundida entre gestores de C,T&I e em outros setores industriais de que a proteção intelectual é condição para a inovação. A discussão mobilizou a mesa Propriedade Intelectual para a Promoção da Inovação, em uma das sessões temáticas sobre Ambiência para a Inovação, realizada dia 26 na 4ª CNCTI (4ª Conferência Nacional da Ciência e Tecnologia).

O secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Francelino Grando, coordenou a sessão ressaltando a importância da ampla discussão do tema perante a sociedade. 

O vice-presidente de Estudos e Planejamento da Associação Brasileira das Indústrias de Química Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), Marcos Oliveira, advertiu que as análises dos pedidos de patentes devem ser mais rigorosas e duvidar do mérito de depósitos que só bloqueiam o acesso ao conhecimento.

O outro palestrante, Luis Carlos Wanderley Lima, coordenador de Propriedade Intelectual da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi mais categórico, “o fortalecimento das patentes não leva necessariamente à inovação, particularmente na indústria farmacêutica, onde se perpetua o monopólio sobre o uso da informação científica”. Lima destacou que pouco existe nesta área em termos de registros de novas moléculas ou novos princípios ativos, limitando-se os novos pedidos a novas formulações e aplicações terapêuticas requeridas com o exclusivo intuito de prolongar a validade da patente original. 

O advogado Denis Borges Barbosa, relator da mesa, também chamou a atenção para a artimanha jurídica que só visa impedir o progresso da concorrência e, com isso, prejudica o consumidor e a livre circulação da informação científica. Além disso, Barbosa chamou a atenção para a relação custo-befício entre processos de patenteamento e royalties de inovação. Segundo ele, em muitos casos as patentes não trazem compensações para o negócio, sendo duvidosa sua eficácia direta para a inovação.

O presidente do Instituto Nacional de Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), Jorge Ávila, foi convidado a compor a mesa, destacando a importância de aperfeiçoar mecanismos para favorecer a patente como instrumento de geração de ativo do conhecimento.
Fonte: http://www.abn.com.br/editorias1.php?id=60737

JCB planeja investir US$ 56 milhões em nova fábrica no país


Prestes a inaugurar uma linha de produção de escavadeiras na unidade de Sorocaba (SP), a empresa britânica JCB, uma das maiores fabricantes mundiais de máquinas pesadas, está se preparando para uma nova rodada de investimentos em solo brasileiro. O projeto, segundo o diretor-geral da JCB para a América Latina, Carlos Hernandez, envolve aporte de R$ 100 milhões (US$ 56 milhões) em mais uma fábrica no país, em 2011, o que permitirá à empresa ampliar a capacidade instalada e o portfólio de origem nacional.
Em Sorocaba, na única unidade produtiva da companhia na América do Sul, a JCB fabrica retroescavadeiras, carro-chefe da companhia mundialmente. No dia 22, oficializa o início de operação da linha de escavadeiras de esteira, resultado de investimentos de US$ 5 milhões, que ampliam a capacidade de produção no país em 50%. "Já notamos que essa expansão não é suficiente e começamos a trabalhar no projeto da nova fábrica, que deverá ficar na região de Sorocaba", afirma o executivo. A elevação da aposta no Brasil é justificada pela relevância que o mercado nacional conquistou para os negócio globais da companhia. No primeiro trimestre, a JCB vendeu 4.264 máquinas no país, praticamente o dobro do comercializado no mesmo período de 2009. Na América do Norte, no mesmo trimestre, foram vendidas 16.826 unidades, com queda de 8,6% na mesma base de comparação.
Obras de infraestrutura, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e investimentos na área de mineração subsidiam o crescimento das vendas de máquinas no país, conforme o executivo. "A economia brasileira pode crescer mais, mas isso só vai ocorrer se houver mais obras de infraestrutura. E aí há uma grande oportunidade para nós", acrescenta. O executivo cita como exemplo da grandiosidade - e oportunidade - dos projetos em andamento no Brasil a transposição do Rio São Francisco, que contribui para o aquecimento das vendas ainda mais forte na região Nordeste.
Segundo Hernandez, a companhia chegou a avaliar a possibilidade de alterar o índice de nacionalização, hoje de 70%, quando tomou a decisão de investir na linha de escavadeiras de esteira que será inaugurada, oficialmente, no dia 22. Porém, optou manter os índices atuais em razão do estímulo que o Finame, linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que exige que pelo menos 60% do peso e do valor da máquina correspondam a conteúdo nacional, representa às vendas de máquinas no país. "Talvez essa discussão tenha de ser feita, em razão do câmbio atual. Mas as condições do Finame são muito atraentes, o que certamente impulsiona a decisão de investimentos em máquinas", acrescenta.
Fonte: http://www.investe.sp.gov.br/noticias - Valor Econômico