Uma amiga advogada
comentou sobre a invenção abaixo que foi amplamente divulgada antes do depósito
do pedido de patente. Com isso, perdeu-se o prazo do período de graça e
perdeu-se a patenteabilidade por falta de novidade (requesito legal para
patentear).
Um motor supersônico
menos complexo e poluente e com custo de produção menor que os atuais, que
poderá ser utilizado em concordes, aviões militares e mísseis balísticos usados
para lançamento de satélites. Esse é o objetivo do projeto "Motor a reação por compressão
através de ondas de choque e aceleração autônoma", do aluno do CEFET-MG Rafael Teles Gazzin, 16 anos,
orientadora pela Profa. Maria Celeste Monteiro e co-orientados pelo Prof. Caio
Júlio Motta de lima.
O trabalho teve início em 2007, ano em que Rafael Gazzin foi
aprovado no curso técnico de Mecânica. Desde então, já participou de várias
feiras nacionais, conquistando diversos prêmios, e participará de dois eventos
internacionais este ano. A Profa. Celeste Monteiro lembra que a trajetória começou
em casa. “A primeira participação desse projeto em feira foi na Meta (Mostra
Específica de Trabalhos e Aplicações do CEFET-MG) de 2007,
quando ele foi premiado”, recorda.
Da primeira
apresentação, no CEFET-MG, até a Febrace, o projeto foi aperfeiçoado e
finalizado. “O princípio é o mesmo: construir um motor, mas mudaram algumas
questões técnicas até a conclusão que ocorreu em outubro de 2008”, disse Rafael Gazzin. “O objetivo inicial ele manteve o
tempo todo, a forma de construção, a concepção das coisas é que foram se
alterando”, reiterou a Profa. Celeste Monteiro.
Em 2008, o “Motor a
reação...” foi classificado para a Feira Brasileira de Ciência e Engenharia,
Criatividade e Inovação (Febrace), Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC) e Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) 2008.
Em 2009, voltou à Febrace e conquistou premiações como 1º Lugar Engenharia
(Individual), 2º Lugar em Logística da Aeronáutica.
Atualmente no 3º ano do
curso de Mecânica, o aluno analisa que as conseqüências em participar do
projeto foram a ampliação dos seus conhecimentos tecnológicos e gerais e o
amadurecimento. “Aprendi bastante coisa, não só relativas às questões técnicas,
mas às questões pessoais e jurídicas”, relatou.
A docente ressaltou que
a Coordenação de Mecânica deu todo o apoio na execução e elaboração do projeto,
por meio dos coordenadores e professores.
O projeto
Apesar de eficiente, o
motor ramjet, que é próprio para velocidades supersônicas, não funciona
sozinho, apenas após ultrapassar a velocidade do som. Antes disso, necessita de
outro motor para decolar, ou seja, precisaria de dois motores para fazer o
trabalho. O projeto consiste em utilizar o princípio de um motor ramjet, mas
com as vantagens do foguete. Por isso, o ciclo dele pode ser considerado
híbrido.
“Faço o trabalho de
dois motores em um só: consigo fazê-lo decolar, ultrapassar a velocidade do
som, comprimir o ar e funcionar de maneira eficiente. Na verdade, é um ciclo
termodinâmico novo. Peguei elementos teóricos de um foguete de combustível
líquido, com um motor ramjet. Tem partes semelhantes a esses tipos de motores,
como tem partes que não são comuns a nenhum. Híbrido é apenas o ciclo”,
explicou Rafael Gazzin.
Segundo o idealizador da
pesquisa, a utilização de turbinas com pós-combustor em velocidade supersônica
pelos aviões acarreta diversos problemas como alto custo, estresse mecânico e
poluição. Solucionando essas questões, o estudante acredita que o projeto beneficiará
outras áreas além da tecnológica.
“O custo de manutenção e fabricação é menor, principalmente porque não tem as partes móveis, e a confiabilidade aumenta, porque ele fica mais resistente a corpos estranhos, um urubu não vai derrubar o avião”, observou Rafael Gazzin.
“O custo de manutenção e fabricação é menor, principalmente porque não tem as partes móveis, e a confiabilidade aumenta, porque ele fica mais resistente a corpos estranhos, um urubu não vai derrubar o avião”, observou Rafael Gazzin.
Trajetória internacional
Neste
ano, o trabalho será apresentado em duas feiras internacionais. Na Febrace
2009, o projeto foi selecionado para participar da Intel International Science
and Engineering Fair 2009 (Intel ISEF). A Intel ISEF é realizada anualmente em
diferentes cidades dos Estados Unidos e neste ano acontecerá de 10 a 15
de maio, em Reno, Nevada. Na Mostratec 2008, foi classificado para a Milset
Expo-Sciences Internacionale (Milset ESI), na Tunísia, que ocorrerá de 23 a 28
de julho.
Para o aluno e a
orientadora, a maior dificuldade será apresentar os termos técnicos da pesquisa
em outra língua. “O projeto é o mesmo, mas tem o trabalho de tradução,
adaptação, as regras são um pouco diferentes e o modo de apresentação também”,
disse Rafael Gazzin. A Profa. Celeste Monteiro reiterou que tudo será feito
para que não haja perda de qualidade. “A apresentação vai ser adaptada de uma
maneira que o Rafael consiga transmitir a idéia do trabalho”.
Também foi credenciado para a feira da
Tunísia o trabalho “Estudo Reprodutivo do Gênero Polygonum: Macrófitas
Invasoras e Colonizadoras de Áreas Assoreadas do Reservatório da Pampulha –
BH”, do aluno Fábio Soares dos Santos, orientado pela Profa. Andréa Rodrigues
Marques Guimarães.
Assessoria de Comunicação Social/CEFET-MG
Fonte: http://www.cefetmg.br/noticias/2009/04/noticia0017.html