quinta-feira, 27 de maio de 2010

Laboratório EMS lançará 'Viagra genérico'



29/04/2010 - O laboratório nacional EMS, de Hortolândia (SP), o maior do país, deverá lançar no mercado sua versão genérica do Viagra, que teve o vencimento da patente antecipada para junho deste ano no Brasil. A Pfizer queria prorrogar a patente desse medicamento para junho de 2011. O Valor apurou que a companhia só aguarda o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para pôr o produto no mercado. A aprovação deverá sair a qualquer momento.

Ao lado do Lipitor, medicamento que combate o colesterol elevado, o Viagra é considerado um dos principais 'blockbusters' (campeão de vendas) mundiais. O Lipitor, com vendas globais de US$ 13 bilhões, perderá sua patente em dezembro deste ano. No mundo, a famosa pílula azul (para disfunção erétil) movimenta cerca de US$ 1,9 bilhão. No país, cerca de R$ 170 milhões.

Um medicamento genérico poderá ter redução de até 65% do preço, segundo legislação nacional.

A gigante nacional EMS quer colocar no mercado versão genérica dos principais medicamentos que estão para perder a patente. Outros laboratórios do país, que incluem multinacionais, estão interessadas em fazer o mesmo, considerando que o mercado de genéricos tem um forte potencial de expansão.

As estimativas são de que as perdas de patente deverão incrementar o mercado de genéricos, neste e no próximo ano, em R$ 800 milhões, de acordo com a Pró-Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos). Cerca de 25 medicamentos devem perder a patente até o fim 2011, incluindo produtos adquiridos pelo governo. O Diovan, da farmacêutica suíça Novartis, também considerado um campeão de vendas, é cobiçado pelas produtoras de genéricos.

O acordo que a Pfizer pretende fazer no Brasil com a Eurofarma, se concluído, permitirá que a americana produza genérico de seus próprios medicamentos. No entanto, não está prevista a produção do Viagra pela Eurofarma.

Com faturamento em torno de R$ 2,1 bilhões, a EMS investe cerca de 6% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), assim como a maioria das grandes multinacionais. Com sede em Hortolândia, interior de São Paulo, a empresa conta também com uma unidade produtora em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e um centro de logística em Jaguariúna (SP).

A capacidade de produção do laboratório é de 360 milhões unidades/ano. Na área de prescrição, o grupo atua com cerca de 200 produtos - 25% para cardiologia, 13% para ginecologia e 9% para psiquiatria, dentre outros.

Os planos da companhia também incluem expansão no exterior. O braço da empresa no mercado internacional é a Germed Farmacêutica. O reforço da marca da EMS no mercado nacional é uma das metas do grupo, controlado pela família Sanchez. A empresa, fundada em 1964, comercializa medicamentos, como o Energil C, bálsamo Bengué, o antiácido Gelmax e o Gerovitral

Jornalista: Mônica Scaramuzzo
Fonte: http://www.alanac.org.br

Petrópolis fará no Brasil cerveja de mosteiro alemão


Cervejaria fluminense vai reproduzir para o mercado nacional a cerveja alemã da marca Weltenburger, fabricada desde 1050.

A cervejaria Petrópolis, dona das marcas Itaipava e Crystal, convenceu um milenar produtor alemão da Baviera que seria capaz de reproduzir para o mercado nacional a reverenciada marca Weltenburger em quatro variações. Três mestres cervejeiros vieram do mosteiro beneditino, onde essa cerveja é fabricada desde 1050, para passar um mês no Brasil e, assim, garantir que a tradicional receita fosse feita na unidade de Teresópolis, no Rio de Janeiro.
Para alcançar tal resultado, a Petrópolis vai importar toda a matéria-prima necessária. Por causa disso, a Barock Dunkel chegará ao mercado custando algo em torno de R$ 15.
A aposta da Petrópolis, que detém 9,7% de participação do mercado consumidor nacional, pelos últimos dados do instituto Nielsen, seria questão de sobrevivência. "Temos de explorar outros mercados, como é o caso do segmento de marcas superpremium, se quisermos expandir os negócios no eixo Rio-São Paulo", diz o diretor de marketing da empresa, Douglas Costa.
Com boa presença nos mercados do Sudeste e Centro-Oeste, a empresa enfrenta dura concorrência da grupo Schincariol no Nordeste. Precisa lidar, ainda, com a disposição de brigar por cada milímetro de mercado em todo o País com a gigante AmBev, que detém 69% de participação das vendas totais de cerveja no Brasil.
Limpeza da imagem. O executivo da Petrópolis nega que, ao qualificar sua linha de produção para fabricar uma cerveja tão qualificada, a Petrópolis - que enfrentou problemas com o Fisco e investigações de sonegação de impostos - estaria tentando limpar sua imagem para atrair investidores estrangeiros. "Não estamos à venda", garante Costa. "Essa conversa é recorrente. Cada hora aparece um novo interessado", desconversa.
Entre os candidatos que sempre surgem como eventuais candidatos a uma compra está o grupo inglês SABMiller. Depois que a holandesa Heineken comprou a mexicana Femsa no começo do ano, que no Brasil produzia as marcas Kaiser e Sol, só faltaria ele entrar em um dos mercados mais promissores no segmento de cerveja.
O diretor de marketing da empresa Petrópolis admite, no entanto, que os investimentos em marcas premium, que começaram em 2008 com o lançamento da Petra, têm por objetivo dar um "lustro na imagem" da empresa, mas para poder avançar em outros mercados. "A velocidade de introdução de produtos premium foi maior do que a educação do público consumidor", diz. "Agora, temos de desenvolver a cultura de consumo de cervejas especiais."
A Petrópolis vai investir entre 3% e 4% de sua verba de marketing de R$ 60 milhões por ano em ações para estimular o consumidor a beber marcas premium. Para acompanhar essa estratégia, quatro tipos da cerveja da região de Weltenburger chegarão ao mercado em um intervalo de 60 dias. A estreia, esta semana, será com a cerveja Barock Dunkel (puro malte escuro tipo abadia). Na sequência virão as cervejas Anno 1050, Urtyp Hell e Weissbier Dunkel. "Todas serão produzidas de acordo com as receitas e as normas da Weltenburger", explica Costa.
Licenciamento. Esta é a primeira vez que a marca alemã Weltenburger licencia um de seus produtos para ser fabricado em outro país. A cerveja original é produzida desde 1050 em um mosteiro beneditino localizado a 90 quilômetros de Munique, na região do Rio Danúbio. A região é conhecida por sediar quase a metade das 1302 indústrias de cerveja existentes na Alemanha. A Weltenburger é exportada atualmente para diversos países, entre eles China, Japão e Estados Unidos. 
Fonte: http://www.estadao.com.br

Dumping social sob a óptica da Justiça do Trabalho


O dumping é a prática de concorrência desleal de caráter internacional que pode causar prejuízos a um concorrente do mesmo mercado ou retardar o estabelecimento de um novo concorrente nesse mercado.
A questão foi regulamentada no Brasil através do Decreto nº. 1.602/1995, que disciplina matérias do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio - GATT (General Agreement on Tariffs and Trade).
As medidas antidumping no Brasil estavam, até então, limitadas à área comercial. Recentemente, porém, a Justiça do Trabalho inovou ao demonstrar que o conceito de dumping pode ser estendido ao direito laboral, não apenas como forma de reparar direitos lesados dos empregados, mas também para penalizar empresas que obtenham vantagem indevida no seu mercado de atuação por conta dos danos que causem aos trabalhadores.
Segundo essa nova corrente, empresas que deixam de pagar direitos aos seus empregados, acabam auferindo mais lucro e, consequentemente, possuem muito mais recursos para enfrentar as empresas concorrentes, podendo colocar seus produtos no mercado a um preço menor.
Sob essa ótica, a prática de concorrência desleal baseada na ausência de cumprimento de direitos trabalhistas, configuraria uma espécie de lesão social, a qual estaria não apenas ligada aos prejuízos sofridos pelos trabalhadores, mas também a toda coletividade. Daí a expressão “dumping social”.
A Vara do Trabalho de Parauapebas (PA), por exemplo, condenou recentemente uma renomada empresa do setor de mineração a pagar R$ 100 milhões de reais por danos morais coletivos e mais R$ 200 milhões pela prática de dumping social.
O juiz acolheu ação do ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho por considerar que a empresa estava lucrando indevidamente sobre a exploração de seus empregados e prestadores de serviço, ante a inobservância da legislação trabalhista.
Na mencionada ação, os trabalhadores despendiam, no mínimo, duas horas no deslocamento para o trabalho, tempo este que não era considerado na jornada de trabalho para fins de pagamento de horas extras. A Justiça do Trabalho entendeu que, nesse caso, a empresa deve considerar as horas despendidas no percurso e remunerá-las conforme estabelecido no artigo 58, parágrafo 2º, da CLT.
Considerando o não cumprimento da legislação trabalhista, a empresa teria economizado indevidamente um valor superior a R$ 200 milhões de reais nos últimos cinco anos, praticando concorrência desleal (dumping) em detrimento da qualidade de vida dos seus empregados.
Ao acolher essa nova modalidade de penalização — que pode se tornar comum — a Justiça do Trabalho demonstrou que poderá se valer de conceitos de outras áreas do Direito para coibir práticas que desrespeitem os direitos dos trabalhadores e, conseqüentemente, da sociedade.
Fonte: http://ultimainstancia.uol.com.br