terça-feira, 18 de maio de 2010

Qualquer cidadão pode (e sempre pôde) buscar seus direitos no INPI


Diante da liminar concedida pela 10ª Vara Federal Cível de São Paulo, e divulgada no dia 13 de maio de 2010, que envolve a função de agente da propriedade industrial, o INPI esclarece:
- Qualquer cidadão sempre teve o direito de fazer suas solicitações diretamente ao INPI, sem a necessidade de intermediário. Os pedidos de marcas, patentes, desenhos industriais, indicações geográficas, entre outros, podem ser realizados nas representações do Instituto em qualquer estado brasileiro. Veja aqui os endereços do INPI nos estados.
- No caso das marcas, o cidadão também pode fazer o pedido pela Internet, com o sistema e-Marcas. Conheça o sistema aqui. Em breve, o INPI criará também o sistema eletrônico para pedidos de patentes.
- A questão judicial se refere à função (opcional) de procurador do cidadão perante o INPI. Até agora, os procuradores só poderiam ser advogados ou agentes da propriedade industrial. 
- Sobre a ação em si, o INPI não se pronunciará neste momento porque ainda não teve acesso ao conteúdo da liminar.
Fonte: http://www.inpi.gov.br

Audiência pública sobre indústria da música em São Paulo dia 20/05 às 14h

O deputado estadual Vanderlei Siraque (PT), em parceria com a Anafima (Associação Nacional dos Fabricantes de Instrumentos Musicais e Áudio) promoverá nesta quinta-feira (20/05), às 14h, na Assembléia Legislativa, audiência pública sobre as perspectivas da indústria de instrumentos musicais e áudio no Estado de São Paulo.

No encontro, será debatida a atual situação das indústrias do ramo no estado de São Paulo, bem como as dificuldades da indústria nacional face às importações de instrumentos musicais da China.
Segundo a Anafima, nos últimos anos verificou-se uma grande quantidade de empresas importadoras de instrumentos musicais, principalmente da China. A venda desses artigos afetou a indústria nacional, uma vez que o valor dos produtos chineses é muito abaixo do valor dos fabricados no Brasil.

A Anafima descobriu ainda que, em alguns casos, o valor de venda dos instrumentos está abaixo do valor do fornecedor chinês. Um exemplo são as baterias. O fornecedor chinês vende o instrumento por US$ 150 e no Brasil é vendida a US$ 148. Esta prática prejudica a indústria brasileira, além constituir concorrência desleal.

Para o deputado Siraque a audiência será importante para que sejam discutidas ações de fomento da indústria nacional de instrumentos musicais. “Precisamos investir em nossas empresas. A concorrência desleal através da importação de produtos chineses prejudica não só o nosso estado, mas o país, quebrando empresas e extinguindo postos de trabalho”, disse.

Fonte: http://www.reporterdiario.com.br

Justiça libera registro de patente para pessoa física

A Justiça Federal determinou que qualquer cidadão poderá registrar marcas e
patentes no Instituto Nacional de Patente Industrial (INPI),
independentemente da exigência de "habilitação especial". A decisão, da
juíza titular da 10ª Vara Federal Cível de São Paulo, Leila Paiva Morrison,
considera ilegal a necessidade de um profissional técnico para intermediar o
acesso ao registro, garantindo o livre acesso da população ao Instituto. 

De acordo com informações do Ministério Público Federal (MPF), a magistrada
ressaltou que, para efetuar os registros, os profissionais devem possuir
apenas as qualificações exigidas na legislação brasileira, conforme
determinado pela Constituição. "Não existem, portanto, fundamentos que
possam oferecer suporte jurídico válido a qualquer espécie de produção
normativa elaborada pelo INPI com o objetivo de fixar qualificações
profissionais para o exercício do ofício de agente da propriedade
industrial", afirmou na sentença. Segundo a juíza, "as Resoluções INPI nº
194/08, 195/08 e 196/08", ao estabelecerem restrições ao direito do livre
exercício profissional, "extrapolam, em muito, os limites da legalidade e
constitucionalidade ", disse.



Fonte: AASP - Associação dos Advogados de São Paulo - DCI - LEGISLAÇÃO

Genéricos - Brasil inicia ofensiva na OMC contra UE e Holanda


O comércio de remédios genéricos levou o Brasil a iniciar nesta quarta-feira (12), na Organização Mundial do Comércio (OMC), uma disputa contra a União Europeia e a Holanda. A decisão é uma reação às apreensões de medicamentos em trânsito no território europeu sob a justificativa de que elas ferem direitos de propriedade intelectual. Algo que, na prática, representa uma grave ameaça ao acesso a remédios que estão livres de patente.
A medida apresentada hoje pelo Brasil, chamada pedido de consultas, foi tomada após um ano de negociações fracassadas e pode representar o primeiro passo para a abertura de uma ação na OMC, chamada painel no jargão, se um entendimento não for encontrado. De qualquer maneira, a discussão promete voltar a colocar o tema das patentes na agenda internacional. A discussão teve início em dezembro de 2008, com a apreensão no porto de Roterdã, na Holanda, de uma carga de Losartan, indicado para hipertensão, que estava a caminho do Brasil. Vendido pelo fabricante indiano Dr. Reddy's à empresa nacional EMS, o medicamento é livre de patente tanto no Brasil quanto na Índia.
Autoridades holandesas alegavam que o remédio era protegido por patente no seu território, argumento suficiente para a apreensão da carga, de acordo com regulamento da UE, datado de 2003. O Brasil não foi o único a ter remédios em trânsito apreendidos. Até o antirretroviral Abacavir, comprado pela Unitaid, agência humanitária internacional, para ser encaminhado para a Nigéria foi retido. Pelas contas do Grupo de Trabalho Sobre Propriedade Intelectual (REBRIP), foram apreendidos pelo menos 15 carregamentos de genéricos destinados a países da América Latina entre 2008 e 2009, com base no regulamento europeu.
O Itamaraty fez várias intervenções mostrando a preocupação com a regulamentação da União Europeia. "Apesar de todos esses esforços, o regulamento da UE 1383/2003, fundamento legal para as apreensões, permanece inalterado, causando insegurança jurídica e aumento de custos dos medicamentos nos mercados consumidores", informa nota divulgada hoje pelo Itamaraty. Para evitar novas apreensões, a EMS, por exemplo, mudou a rota dos medicamentos adquiridos no exterior.
NOVA FRENTE
A ação brasileira em defesa de medicamentos genéricos não se resumirá à OMC. O Brasil prepara-se para ingressar na próxima semana em uma nova frente de defesa de comércio de medicamentos genéricos, desta vez, na Organização Mundial de Saúde. Um dos temas discutidos durante a Assembleia Mundial de Saúde será medicamentos contrafeitos, um termo usado para remédios que desrespeitam direito de marca, mas que nos últimos anos começou a ser usado também para designar os falsificados ou piratas. Algo que permitiu a apreensão, por exemplo, do Losartan.
Governos de países em desenvolvimento e o Brasil enxergam na discussão, que parece meramente técnica, a ameaça de novas barreiras para acesso a medicamentos. "O emprego equivocado do termo induz ao entendimento de que genéricos são contrafeitos", afirmou o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães. Para ele, na OMS não deve incorporar termos relacionados à propriedade intelectual e se concentrar na proteção à saúde. "Grandes empresas farmacêuticas atuam em várias frentes para tentar barrar o trânsito e acesso de genéricos. O assunto está presente na OMC, na OMS, em acordos bilaterais, algo que muito nos preocupa", afirmou Gabriela Chaves, da organização Médicos Sem Fronteiras.
As ações contra a ofensiva de países desenvolvidos e grandes indústrias farmacêuticas, a REBRIP, por exemplo, ingressa nesta quinta-feira (13) no Tribunal dos Povos, acusando a União Europeia de violar direito humano à saúde e à vida das populações de países atingidos pelas apreensões de medicamentos nos portos europeus. "Há uso de obstáculos ilegais, ilegítimos ao acesso de remédios", disse a advogada da Rebrip, Renata Reis. "Uma condenação no tribunal é moral, mas o importante é que esse tema esteja muito presente, que a população esteja atenta ao risco de retrocesso que hoje está presente", disse. (Jamil Chade e Lígia Formenti - AE).
Fonte: http://www.cruzeirodosul.inf.br