País perde tanto das nações desenvolvidas quanto dos Brics no
resguardo da propriedade intelectual de inovações. Apesar do destaque atingido
na área de medicina, o Brasil ainda patina quando o assunto é inovação. O pais
tem um baixo número de patentes registradas e o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento
segue aquém das metas traçadas pelo governo.
"Ao longo de sua história, o Brasil nunca promoveu de forma
intensiva o patenteamento do conhecimento gerado aqui. Isso faz com que haja um
déficit muito significativo do número de patentes", resume o
coordenador da AgênciaUSP de Inovação, Oswaldo Massambani. As patentes são
registros que protegem a propriedade intelectual de invenções.
Segundo a World Intellectual Property Organization (Wipo) ,
entidade mundial que regula o setor, o Brasil não está entre os 20 países que
mais registram patentes.
O país também está atrás de todas as nações do grupo dos Bric (
Brasil, Rússia, índia e China), com menos da metade do número de patentes da
concorrente mais próxima, a Índia. O único grupo no qual o país se
destaca é o dos sul-americanos, no qual é líder.
O Brasil também deixa a desejar quanto o assunto é dinheiro para
inovar. Deacordo com os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (
Ipea), os gastos brasileiros em pesquisa e desenvolvimento -P& D - a
medida mais direta de quanto se investe em tecnologia - estão na casa de 1% do
Produto Interno Bruto ( PIB) do Brasil, do qual metade tem origem no setor
privado. Já nos países desenvolvidos que compõem a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média fica na casa de 2,4% do
PIB. Em outros, como a Coréia do Sul, o total chega a 3% do PIB e a
participação do setor privado é de 70%.
O atual gasto do país fica bem abaixo do esperado pelo governo.
Uma das metas da política industrial lançada em 2008, a Política de
Desenvolvimento
Produtivo (PDP), era elevar o nível de investimento em P&
D para R$ 18, 2 bilhões até o próximo ano. Mas, em dados relativos ao ano
passado, o valor estava em R$ 4, 7 bilhões, segundo informações do Ministério
da Ciência e Tecnologia.
Uma das explicações para o resultado pobre é o fato de o Brasil
ter demorado para se preocupar com inovação.
Até a década de 1990,
a maior parque da indústria nacional usava engenharia
reversa, ou seja, a reprodução de processos desenvolvidos em outros países.
Depois da abertura, a falta de um marco regulatório atrasou ainda mais os
registros. Enquanto isso, vários países já mantêm há décadas a cultura de
proteção às inovações, lucrando
bilhões com processos industriais e serviços inovadores.
Fonte: -Brasil Econômico/BR Brasília-
Fonte: -Brasil Econômico/BR Brasília-