sábado, 26 de dezembro de 2009

Plantas nativas previnem cáries


Amazônia 
Outra pesquisa que promete melhorar a qualidade dos antissépticos bucais vem da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP em Piracicaba, e da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), ligada à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Um estudo das duas entidades — que contou ainda com pesquisadores da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) e da University of Rochester (EUA) — concluiu que uma planta conhecida como bacupari, abundante na Amazônia, também pode resultar, no futuro, em um líquido que ajude no combate às cáries.

Os cientistas descobriram que a planta é rica em uma substância denominada 7-epiclusianona, que impede o crescimento de bactérias que atacam os dentes. Segundo o professor da Unifal Marcelo dos Santos, a resistência dos frutos de bacupari à ação de agentes externos, mesmo depois de caírem das árvores, foi um dos sinais que levaram os cientistas a estudarem melhor a planta. “A fruta fica conservada um bom tempo depois de cair no chão. Isso pode indicar substâncias antibacterianas na casca”, explica. “Há também relatos de pessoas que usam o extrato do fruto para tratar a afta”, completa.
Testes laboratoriais em ratos comprovaram que a 7-epiclusianona é capaz de evitar o desenvolvimento de bactérias bucais. Uma das vantagens da planta está na alta concentração da substância. Segundo Santos, a maioria das substâncias que pode virar remédio está em baixíssimas concentrações nas plantas — média de 50mg para cada quilo da planta seca. “Em muitos casos, isso inviabiliza o uso direto como fármacos. Mas, no bacupari, essa quantidade é pelo menos 500 vezes maior”, comemora.

Uso deve ser moderado
Os antissépticos bucais são produtos auxiliares à escovação que previnem problemas como cáries, infecções nas gengivas e na língua e formação de placas e tártaro. No entanto, a alta concentração de substâncias corrosivas e álcool pode prejudicar a flora e a mucosa bucais, além de afetar o esmalte dos dentes e causar o surgimento de manchas.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), Norberto Francisco Lubiana, seu uso não deve ser diário. “A menos que seja um paciente que acabou de passar por uma cirurgia bucal e por isso não consegue passar a escova em algumas áreas da boca, o seu uso deve ser no máximo em dias alternados”, explica.
Outro alerta dos dentistas é quanto a não utilizar esses produtos em substituição à escovação e ao uso do fio dental nem no tratamento de mau hálito. “Eles devem ser usados para a obtenção de uma proteção extra, jamais para substituir o uso da escova. Em casos de mau hálito, ele oferece apenas um efeito refrescante imediato, já que não limpa totalmente a boca, deixando restos de alimentos que causam o cheiro desagradável e as cáries”, completa Lubiana.
Fonte:-http://guiadental.com.br-