Uma máquina de
estacionamento inteligente, que indica onde há vagas disponíveis. Um guia
multimídia que ajuda o turista a desvendar a cidade gratuitamente. Uma casa que
custa a metade do preço de mercado construída com garrafas pet. Essas são
algumas invenções potiguares que estão em fase de obtenção de registro demarca
e de patente. Elas têm algo em comum: reúnem inovação com praticidade, itens
cada vez mais desejados em tempos modernos.
Mas até que seus inventores obtenham o registro de
marca e a patente definitiva de seus produtos, há um longo caminho a ser
percorrido, entre adequação aos requisitos para iniciar o processo de detenção
da marca ou produto (desenhos técnicos, laudos que atestem funcionalidade, etc)
e investimento financeiro. Para patentes a média é de R$2,5 mil, sendo R$1,4
para a marca.
Vale lembrar que dependendo do tipo de patente,
ela pode se valorizar com o passar dos anos. O registro definitivo de uma marca
demora, em média, dois anos para ser publicado. No caso da patente, o tempo é
ainda maior: cinco a sete anos. Resolvidos estes pontos, os inventores
aguardam a análise do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Mais
espera:
“São poucos especialistas para a alta demanda de
pedidos de todo o país”, comenta o assessor de registro de marcas, Luiz
Rodrigues. Para se ter uma ideia da procura, que cresce a cada ano, em 2007 o
Instituto publicou 2.419 pedidos de patentes e em 2008 chegou a 3.681 processos
deferidos. A previsão é que no ano que vem, o volume seja de 4.250 novas
patentes.
“Falta material humano no INPI para dar conta dos
pedidos. A função exige muita responsabilidade, ser bilíngue e outros
critérios. É comum que nos concursos realizados sobrem vagas”, explica Luiz
Rodrigues. O processo de patente e registro de marca geralmente é feito por
empresas especializadas no assunto.
Além disso, para iniciar o processo de patente da
parede de concreto com garrafas pet, o eletricista Antônio Duarte precisou da
ajuda de uma arquiteta. “Ela desenhou uma planta do protótipo e teve que
demonstrar a projeto em diferentes perspectivas”, diz.
A invenção alia bem-estar e respeito ao verde,
começou a ser desenvolvida há dois anos. “Tive que conciliar as horas vagas do
trabalho para conseguir todos os documentos e laudos necessários e iniciar o
pedido de patente. O nome da parede é longo e detalhado para evitar que a
ideia seja roubada”.
Isso porque a patente protege o produto de
competidores que o copiem e vendam a preço inferior, uma vez que eles não
arcaram com os custos da pesquisa e desenvolvimento do produto. A proteção é
valiosa e imprescindível para que a invenção possa se tornar um investimento
rentável.
De acordo com o assessor Luís Rodrigues, existem
dois tipos de patentes: de Invenção (PI) e Modelo de Utilidade (MU). “A
primeira diz respeito a algo exclusivo, e a segunda é um melhoramento
consistente do que já existe no mercado”.
O registro de uma marca exige uma pesquisa prévia
para evitar duplicidade de nome para empresas de um mesmo segmento. Já a
patente não exige pesquisa, parte-se do pressuposto que o inventor é o
idealizador do produto.
“Dada a entrada do pedido, o processo fica 18
meses em sigilo e não pode ser acessado por pesquisa. Nesse tempo, o inventor
pode fazer alguma alteração no projeto”, diz o assessor de patentes, Antônio
Carlos Moraes.
Fonte: -http://tribunadonorte.com.br-